Cor Groenveld, Diretor Corporativo de Serviços da Cadeia de
Abastecimento da LRQA – Lloyds Register,
Reino Unido, e Presidente da Foundation
for Food Safety Certification, com sede na Holanda, discutiu a evolução da
situação internacional em auditorias e certificação e FSSC 22000.
Comentou Cor que a segurança de alimentos, a qualidade e a
sustentabilidade são prioridades para o desenvolvimento internacional,
informando que “a abordagem do GFSI está
crescendo rapidamente, e hoje já são mais de 200.000 certificados emitidos em
todo o mundo. A demanda de certificação de terceira parte entre varejistas e
fabricantes é crescente, assim como há interesse crescente em programas de
auditorias na segunda parte personalizados. A “certificação de produto” está migrando
para “certificação de sistema de gestão”, há uma expansão da exigência de
sistema de “garantia” ao longo de toda a
cadeia de abastecimento; maior interesse em
sistemas de gestão integrados baseados em análise de risco”. Acrescentou
ele ainda que “as autoridades alimentares
estão cada vez mais interessadas em usar a certificação de terceira parte.”
Fonte: site da Conferência
(Para melhor vizualização, clique na imagem)
Aqui eu gostaria de chamar a
atenção do o leitor para que observe a posição da América Latina comparada com
a da Europa e da Ásia e tire suas conclusões.
A seguir Cor mostrou quais são os escopos já disponíveis para a
FSSC 2200, claro que desde que se implemente a ISO 22000 junto com uma “ISO
22002-X“, conforme tabela a seguir:
Fonte: site da Conferência
(Para melhor vizualização, clique na imagem)
Cor informou que a International Organization for
Standardization está muito envolvida com o desenvolvimento das normas ISO para
segurança de alimentos, enumerando as normas já em vigor: ISO/TS 22002-1: PPR
para a fabricação de Alimentos, ISO/TS 22002-2: PPR para catering e a ISO/TS 22002-3: PPR para a agricultura, ISO 22003
Requisitos para auditorias ISO 22000, ISO 2204 Diretrizes para a ISO 22000 e
ISO 22005 – Rastreabilidade, citando a seguir as que estão em desenvolvimento:
as normas ISO/TS 22002-4 para embalagem e a ISO/TS 22002-5 para armazenagem e
transporte.
Cor também relatou as possíveis futuras extensões da FSSC 22000
para:
• Produção primária (ISO / TS 22002-3)
• Catering / Restaurantes
(ISO / TS 22002-2)
• Varejo / supermercados (PAS 221)
• Armazenamento/ transporte (ainda sem número definido).
Finalizou ele sua apresentação afirmando que o que torna o FSSC
22000 diferente, segundo Cor é “o esquema
com certificação do sistema de gestão, direção por um Conselho de Stakeholders,
propriedade da fundação sem fins lucrativos, transparência e integridade. As
auditorias também tornam o FSSC 22000 diferente, pois há foco no processo, auditorias
com foco em análise de perigos, PPR (Programa de Pré Requisito), PPRO (Programa
de Pré Requisito Operacional), PCC (ponto Crítico de Controle), gestão de
elementos do sistema, garantia da cadeia de suprimentos e melhoria contínua.
Cor Groenveld, Fundação para a Certificação de Segurança de
Alimentos, Holanda
Fonte: site da LRQA
Aqui vai um comentário meu: as normas declaradas como
equivalentes pelo GFSI não têm diferenças significativas no “núcleo da
segurança, até porque se tivessem, não poderiam ser equivalentes”. E é claro
que cada “proprietário” de norma “puxa a sardinha para seu lado”.
Eu era muito mais fã da norma ISO 22000, até porque minha tese
de doutoramento foi um case de
implementação desta norma, mas hoje em dia, se a decisão fosse minha, eu não
sei se escolheria esta norma, enquanto o conceito de PPRO não for melhor
definido, o que sugeri várias vezes na CEET da ABNT quando o Brasil acompanhou
o desenvolvimento desta norma como mero membro observador.
Observo que hoje há enorme confusão de entendimento do que é PPRO
no mercado, e o pior é que há auditores de algumas certificadoras querendo
interferir na metodologia adotada pelas empresa, o que jamais deve um auditor
fazer: tem sido comum ver auditor exigir que o raciocínio lógico para
demonstrar a inclusão de todos os aspectos solicitados no item 7.4 (análise de
perigos) seja necessariamente via árvore decisória, chegando alguns até a
solicitar modelos de árvores semelhantes aos adotados por eles em suas
atividades de consultoria. Isso faz com que as árvores, que já são “confusórias”
de per si, fiquem ainda mais “confusórias”. E o pior é que a ISO 22000 nem
árvore decisória pede...
Por essas e por outras, fico cada vez mais fã da norma IFS e da
BRC, pois em ambas o PPRO pode ser chamado de PCC e ponto final. Ou pode ser um
ponto de controle que deve ser monitorado, verificado e validado, e cujo desvio
resulta em produto potencialmente seguro. Resultado? O mesmo que o tal PPRO.
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