quinta-feira, 21 de maio de 2015

McCormick mostra que ainda há que se promover e apoiar mais o GFSI

Han HaiZhou, Diretor de Garantia da Qualidade da McCormick Ásia, mostrou que, apesar da evolução representada pelo processo de harmonização estabelecido pelo GFSI, os clientes de sua empresa vêm exigindo auditorias de múltiplos sistemas de segurança de alimentos e qualidade. Fato curioso, e eu diria até surpreendente, é que esta exigência parte também de algumas empresas que são apoiadoras da iniciativa do GFSI.


A McCormick da Ásia, pertence ao grupo McCormick, com sede em Baltimore, Maryland, Estados Unidos. Fabrica temperos, ervas e aromas para o varejo, e ingredientes para inúmeras indústrias de alimentos. É responsável por criar soluções de sabor personalizados para 9 dos 10 maiores fabricantes de alimentos multinacionais, e 8 das 10 maiores redes de foodservice do mundo.

Autor foto: Bailey Thomas - www.mygfsi.com
HaiZhou discorreu primeiramente sobre os fundamentos do sistemas da qualidade e segurança de alimentos da McCormick, que como pode se percebido no slide abaixo, são de maneira geral os mesmos adotados pelas empresas que seguem bons sistemas de segurança de alimentos.

Fonte: www.mygfsi.com

HaiZhou relatou resultado de uma avaliação comparativa dos requisitos exigidos pelos seus clientes, concluindo que cerca de 85% destes requisitos são comuns para todos estes diferentes sistemas e para o sistema da McCormick.



HaiZhou mostrou  também que  os 15% de requisitos diferentes em geral se deve a dois fatores: requisitos específicos da legislação do país (ou região) do produtor e do país (ou região) do cliente, ou a requisitos “adicionais” específicos da empresa cliente.


Fonte: www.mygfsi.com

Meu comentário: as diferenças devido à legislação e regulamentos seria lógico de se prever, pois é sabido que há diferenças previstas no Tratado de Barreiras Técnicas e no Acordos Sanitários e Fitossanitários (SPS, em inglês), conforme necessidade específica imposta pela realidade de diferentes  países e ou regiões, o que é considerado apropriado, sempre que não se constituam em barreiras técnicas. Vale observar que todas as normas harmonizadas pelo GFSI sempre estabelecem que o respeito à legislação/ regulamentação.

Ao final de sua palestra, HaiZhou fez um apelo aos seus clientes de que aceitem as certificações de suas fábricas, pois estas são baseadas em normas reconhecidas pelo GFSI. Mostrou ele que isso diminuiria muito o fardo das mais de 20 auditorias por ano, deixando que os clientes gastem esforços somente nos requisitos que de fato sejam adicionais.

Relembro aqui o lema do GFSI: “Certificado por um*, reconhecido por todos”, e me permito comentar que por vezes observa-se uma certa incoerência de algumas empresas que apoiam, e até participam do  GFSI, mas que na prática continuam a exigir alinhamento com sistemas próprios, ou induzindo seus fornecedores a implementar sistemas de sua preferência.

Por quê isso ocorre? Até onde conheço, entendo ser por desconhecimento do próprio sistema de harmonização do GFSI. Ou por desconhecimento das outras normas/ esquemas. Outra hipótese é a natural tendência de ater-se ao paradigma do conhecido sem sequer questionar e conhecer novos outros paradigmas possíveis. Claro que há pequenas diferenças entre as normas/ esquemas que podem ser ou não vantajosas sob algum ponto de vista. Mas sem conhecer tais diferenças, a adoção de uma norma/ esquema apenas porque os responsáveis se colocaram “no piloto automático”, me parece uma acomodação sem nenhum mérito, que pode em certos casos implicar na escolha do caminho de maior gasto, e não o de melhor resultado, como pode parecer à primeira vista.

* um aqui significa esquema ou norma

Fonte: www.mygfsi.com

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