sexta-feira, 22 de maio de 2015

Alergênicos - Parte 1: Responsabilidade Compartilhada no Allergen Bureau

O tema central da Conferência deste ano de 2015 foi responsabilidade compartilhada. Cada vez mais a comunidade da cadeia de alimentos entende que segurança de alimentos é bem comum que deve ser tratado pelos stakeholders de forma compartilhada, já que envolve trocas ao nível global, e que a maioria dos problemas de segurança envolve ações que vão do campo à mesa, e o mais comum é que nem todos os elos desta cadeia encontram-se em uma mesma região, e muito menos sob uma mesma responsabilidade.

Stephanie Hart, Diretora Executiva de Operações da Nestlé Oceania, mostrou como um grande grupo de stakeholders da Austrália e Nova Zelândia, colocou em prática, de forma brilhante, este conceito da responsabilidade compartilhada, contribuindo não só para a melhoria da avaliação de risco para alergênicos na Austrália e Nova Zelândia, mas como disponibilizou para todo o mundo a ferramenta VITAL®, que será abordada em novo post.


Autor foto: Ellen Lopes

Stephanie explicou o cenário de alergênicos na Austrália e Nova Zelândia, que aponta que 1 em cada 10 bebês tem ou desenvolverá problema com alergia a certos alimentos.

Fonte: www.tcgffoodsafety.com    


Explicou ela que “a legislação na Austrália/ Nova Zelândia estabelece que qualquer um dos principais alérgenos alimentares devem ser rotulados quando presentes em um alimento (ingrediente, aditivo ou auxiliar de processamento ou de um componente de um destes): amendoins e nozes, cereais que contêm glúten, gergelim, soja, ovos, leite, peixes e crustáceos, sulfitos adicionados se mais de 10 mg/ kg no produto final. Os produtos obtidos a partir de qualquer destas substâncias devem também ser indicados, se forem utilizados”.

Na prática, para se resguardar de problemas, quando os fabricantes suspeitam de contaminação cruzada durante processo, ou quando não conseguem ter certeza sobre ausência de alergênicos provenientes de ingredientes/ aditivos, tem sido comum optarem por colocar no rótulo alertas do tipo “pode conter x, y , z .... alergênicos”, resultando em poucas opções para os consumidores que necessitam de produtos de fato sem tais alergênicos.

Para resolver este problema, o Australian Food & Grocery Council Allergen Forum, que já vinha estudando o problema de como apoiar os fabricantes a identificar se de fato o produto era isento de alergênicos provenientes de contaminação cruzada, em 2005 criou a ONG Allergen Bureau com o objetivo de compartilhar informações e experiências sobre a gestão de alergênicos alimentares entre as indústrias de alimentos, para assim garantir que os consumidores receberiam informações relevantes, consistentes e fáceis de serem entendidas.


O Allergen Bureau é um maravilhoso exemplo de cooperação interativa na forma de rede, entre concorrentes da indústria de alimentos, congregando desde empresas nacionais e multinacionais de fabricação de alimentos,  empresas de marketing, fornecedores, importadores, exportadores, varejistas e grupos de consumidores sobre como gerenciar os riscos de alérgenos alimentares na indústria visando a segurança dos consumidores. Conta com grupos de trabalho voluntário de várias indústrias (ex. Nestlé, Mars, Unilever), laboratórios, além de mais 24 membros e 17 associados em torno da missão: “Trabalhando juntos para conduzir iniciativas de gestão de alergênicos”. 




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