Dando
continuidade aos exemplos sobre iniciativas de implementação de sistemas de
gestão da segurança de alimentos com base no Programa Global Markets do GFSI, os
cases de hoje são da África do Sul, apresentados
por Ronel Burger, Gerente da Unidade de Negócios do Conselho de Bens de Consumo
da África do Sul (CGCSA) e por Silnia Badenhorst, Gerente de Segurança de
Produtos da empresa Massmart.
Abaixo
seguem dados da África do Sul para contextualizar melhor o cenário daquele
país, onde as primeiras eleições democráticas ocorreram somente em 1994, depois
de 46 anos da oficialização do apartheid.
Fonte: Site da Conferência
Ronel
explicou que “a CGCSA é uma ONG fundada
em 2009, que representa 11.000 empresas de bens de consumo, tanto fabricantes
como varejistas e atacadistas da a África do Sul que tem a missão de promover
parcerias e interação entre as empresas membros, buscando resolver problemas de
natureza não concorrenciais”, e que dentro desta associação foi formado o
FSI – Food Safety Initiative, “uma
iniciativa dos membros das indústrias, dedicada à proteção da saúde pública e
do consumidor na área de segurança de alimentos, baseando-se em evidências
científicas para orientar decisões transparentes e inclusivas. Um dos
principais objetivos do FSI é reduzir o número de auditorias de segurança de
alimentos”.
Como
o leitor vai perceber, essa ONG seguiu “protocolo” semelhante ao da ASU da
Argentina, mencionado no post anterior,
porém com um ingrediente a mais: o apoio da UNIDO, a United Nations Development
Organization, conforme relato mais abaixo.
A
UNIDO tem dado um forte apoio a países africanos. Eu mesma já desenvolvi um
trabalho de formação teórica de instrutores de APPCC/HACCP em Moçambique em
2011 para a UNIDO, de forma remunerada. Em 2012, como a UNIDO não tinha mais
verba para o projeto, eu e Jonathan Motillon da Equipe Food Design, com nossos
próprios recursos mais o apoio da Food Design, complementamos este trabalho, orientando
e revisando estudos práticos realizados em três empresas lá de Moçambique. Além
desse trabalho, Pablo Laube, também da nossa equipe, com o patrocínio da Food
Design esteve durante um mês lá, para ministrar uma das disciplinas do primeiro
curso de mestrado em alimentos de Moçambique.
Ronel Burger, CGCSA, África do
Sul
Voltando
à palestra da Ronel, ela contou que esta iniciativa foi fundada em 2009, e após
muitas discussões com os varejistas e atacadistas, em 2010 o FSI chegou a um “novo e estimulante modelo de consenso denominado
SAFSA - South African Food Safety Initiative, que inclui o Programa de
Capacitação na Indústria de Alimentos Sul Africana, fundamentado nas
recomendações do Global Markets do GFSI. bem como estabeleceu o NET Safe – um
sistema nacional de recall”.
Ronel
mostrou que embora esta iniciativa esteja ainda em sua infância, o FSI,
juntamente com os demais stakeholders,
está trabalhando duro para tornar isso uma realidade e que após traçar o
caminho a ser seguido e que auxiliados por Frank Yiannas, Vice Presidente
Corporativo de Segurança de Alimentos do Wal-Mart, no papel de Vice Presidente
do GFSI, e pela UNIDO- United Nations Development Organization traçaram o
caminho a ser seguido, e já colhem os frutos das primeiras iniciativas piloto e
vários aspectos positivos, mostrados a seguir por Silnia.
Abaixo
estão apresentados os stakeholders do
modelo:
Fonte: Site da Conferência
Fonte: Site da Conferência
Silnia Badenhorst, Massmart,
África do Sul.
Fonte: Site da Conferência
Silnia,
da Massmart, a maior distribuidora de bens de consumo e o maior atacadista de
alimentos básicos na África, com 302 lojas na África do Sul e em outros 12 países
sub-saarianos, contou que, como resultado destes esforços, o cenário já está
mudando e vários aspectos positivos já podem ser identificados, conforme cópia
do slide cedida pelo GFSI:
Silnia relatou que os sistema de auditoria com foco nos
esquemas do GFSI têm as seguintes vantagens:
- Melhora a saúde e a segurança do consumidor
- Dá sustentação à segurança dos alimentos, com padrão
preventivo e orientado
- Melhora as normas de segurança de alimentos do campo à mesa
- Garante que os riscos alimentares sejam identificados e
administrados
- Garante o cumprimento da legislação nacional
- Protege a reputação da indústria
- Não apresenta nenhum risco anti-concorrencial
- É reconhecido internacionalmente para o comércio global
- Simplifica as auditorias de fornecedores
- Minimiza os custos de abastecimento da cadeia
- Permite, passo-a-passo, a execução com foco na melhoria
contínua
- Cria conformidade em toda a cadeia de abastecimento
- Assiste pequenos fornecedores
Fonte: Site da Conferência
Silnia
finalizou dizendo que ainda existem muitos trabalhos a serem completados, e
diversos desafios a serem enfrentados. Mas os resultados dos pilotos realizados
mostram melhoras significativas, conforme pode ser observado na cópia dos slide
abaixo, cedida pelo GFSI. Vale mencionar que não entendi o que é “BL”, mas o
importante é observar a melhoria entre a primeira auditoria em azul, e a
segunda, em verde, depois do treinamento realizado de acordo com o modelo
adotado.
Fonte: Site da Conferência
Podemos
concluir afirmando que estamos diante de mais um grande exemplo de espírito
associativo a ser seguido, certo?
Aguarde próximo post: o case da Malásia.
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