terça-feira, 16 de abril de 2013

Exemplo de parceria público–privada na Malásia




Mais uma vez tive que fazer uma “pausa momentânea”, nem tão momentânea assim, pois acabei ficando “fora do ar” desde 11 de abril. Mas penso que os leitores entendem que o blog é uma atividade paralela ao trabalho da Food Design, que por vezes é muito intenso e que não pode parar.

Dando continuidade aos exemplos sobre iniciativas de implementação de sistemas de gestão da segurança de alimentos com base no Programa Global Markets do GFSI, vou apresentar os cases da Malásia, apresentados por Cenk Gurol, Presidente da AEON, Japão, por Ali Badarneh, Diretor de Desenvolvimento Industrial da UNIDO - United Nations Industrial Development Organization, Áustria, e por Siti Noorbaiyah Abdul Malek, CEO da UNIPEQ, Malásia. (Os nomes que soam tão diferentes para nós, que sequer dá para saber se são masculinos ou femininos, mas vendo as fotos você vai identificar).

Cenk Gurol apresentou a empresa AEON, sede no Japão, que é o maior varejista na Ásia, com 15.008 lojas e 222 shoppings, uma receita de vendas de 65 milhões de dólares, além de ter 29.760 milhões de membros do cartão de crédito AEON, uma potência! O grupo possui empresas que vão desde lojas de conveniência chamadas "Ministop" até supermercados em shopping centers.

Abaixo seguem dados da Malásia para contextualizar o cenário daquele país:

Fonte: Site da Conferência

Na Malásia a AEON é o segundo grupo varejista e tem planos de abrir 100 lojas até 2020.

Cenk contou que a AEON e a UNIDO estabeleceram uma parceria público-privada, firmando um modelo de infraestrutura neutra e sustentável sustentada para os países da ASEAN - Associação de Nações do Sudeste Asiático e que foi criado o programa chamado SSDP - Sustainable Supplier Development Programme, que tem como objetivos permitir que fornecedores de países em desenvolvimento tenham acesso a novas e rentáveis oportunidades de mercado, estabelecendo vínculos duradouros com potenciais compradores e aumentando a disponibilidade de produtos sustentáveis e seguros, o que gera novos empregos e oportunidades de renda em países em desenvolvimento. Cenk fez uma interessante exposição comentando que: “o maior desafio foi harmonizar a relação entre a segurança de alimentos e a responsabilidade social, para atender ao objetivo de melhorar a sustentabilidade do ponto de vista social, ético e ambiental. O projeto foi iniciado em 2013 e deve durar até fevereiro de 2014.

A seguir Ali Badarneh discorreu sobre a UNIDO: uma agência especializada pertencente às Nações Unidas, cujo mandato é promover e acelerar o desenvolvimento industrial sustentável em países em desenvolvimento e economias em transição, bem como trabalhar para melhorar as condições de vida nos países mais pobres do mundo. Foi criada em 1966 e tem 173 Estados-Membros. Para saber mais da UNIDO, clique aqui. Ali explicou que a UNIDO é um membro do Comitê do Global Market do GFSI desde 2009, quando fez um projeto piloto no Egito, iniciando com o nível básico do Protocolo Global Markets do GFSI, que evoluiu para o nível intermediário em 2010. Com base nesta experiência, é que a UNIDO estabeleceu a mencionada parceria com a AEON.



Ali Badarneh, UNIDO, Áustria
Autor foto: Ellen Lopes



Ali explicou que o programa prevê uma fase piloto com 25 fornecedores, seguida da fase de de roll-out com 100 fornecedores e mostrou os stakeholders que se uniram para viabilizar o projeto.


Fonte: Site da Conferência

Siti N. Abdul Malek, Phd, da UNIPEQ, Malásia finalizou o painel explicando que a empresa UNIPEQ foi integrada em 2009 à Universidade Kebangsaa, e é especializada em fornecimento de serviços de qualidade e segurança de alimentos, reconhecida tanto por agências governamentais como pelo segmento privado.



Siti Malek, UNIPEQ, Malásia

Autor foto: Ellen Lopes

A UNIPEQ foi identificada como um interlocutor privilegiado, de fundamental importância para facilitar a integração com a cultura e hábitos locais, responsável por adaptar e desdobrar os treinamentos conforme o nível de conhecimento dos multiplicadores. Um exemplo de adaptação mencionado por Siti, são os requisitos Halal, que ganham cada vez mais força no mundo, na medida em que populações muçulmanas crescem em todo o mundo, conforme mostrou ela no slide abaixo.


 
Fonte: Site da Conferência

Com este post eu encerro a série dos cases de implementação do Programa Global Markets do GFSI.

Não saia do ar, seja como um bom brasileiro “que não desiste nunca”, pois antes de ir para o jantar do segundo dia, falta ainda, por mais incrível que pareça, mais um painel a que assisti durante as seções tipo “break-out sessions”. Até breve!




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