Ao introduzir o tema dessa breakout session, Yves Rey, moderador da sessão e Diretor
Corporativo da Qualidade da Danone resgatou o escândalo da carne de cavalo, em
países da União Europeia, ocorrido um pouco antes da realização da edição 2013
da Conferência Global de Segurança de Alimentos em Barcelona (http://www.bbc.com/news/business-25347633).
A sessão foi uma excelente oportunidade para descobrir o que a indústria na cadeia de alimentos tem feito para reduzir o risco das adulterações motivadas economicamente, em inglês EMA - economically motivated adulteration,. A
posição do GFSI com relação a este assunto será de
adicionar requisito de análise de vulnerabilidade à fraude na versão número 7
do documento Guia do GFSI, previsto para o fim do ano de 2015. Falo sobre esse
assunto mais para frente.
Ao ressaltar a
urgência e gravidade do assunto, Petra Wissenburg, Diretora Corporativa de
Projetos de Qualidade da Danone em Singapura, sugere que a melhor forma de
prevenir fraude é tratá-la como questão de natureza criminal.
Petra Wissenburg, da Danone Singapura. Foto GFSI Flickr
Petra apresentou um interessante esquema,
que achei legal compartilhar com você, pois define bem o conceito de fraude em
alimentos.
A equipe de especialistas em fraude
de alimentos do GFSI liderada por Petra* entende que, para evitar a ocorrência
de casos como o da carne de cavalo, dois novos elementos devem ser considerados
nos sistemas de gestão da segurança de alimentos das empresas: 1) identificação
de risco por meio de avaliação de vulnerabilidade, e 2) criação de plano de medidas
de mitigação dos eventuais riscos encontrados. Para o GFSI, o sistema de gestão
em segurança de alimentos deve abrigar sob o mesmo guarda-chuva o HACCP, que
previne contaminações não intencionais, o VACCP (vulnerabilities to fraud) que previne a adulteração intencional
motivada economicamente; e o TACCP (treats),
que previne a contaminação intencional motivada por razões ideológicas.
Michèle Lees, Diretora de Pesquisa
Colaborativa da Eurofins Analytics da França, que também faz parte do Food
Fraud Think Tank e que esteve presente virtualmente no evento, propõe “as empresas devem estabelecer uma estratégia
eficaz de detecção e dissuasão através da implantação de um Plano de Controle
de Vulnerabilidade, que seja SMART, donde S = Specific/específico, M =
Measurable/mensurável, A = Assignable/relevante R = Realistic/realista e T = Traceable/rastreável”.
Ela alerta que fraude em alimentos é
algo imprevisível, com alvo desconhecido, e que, portanto, necessita de abordagem
não-convencional.
A tabela abaixo mostra os passos propostos para a avaliação de risco de fraude, seguida das respectivas medidas de mitigação.
Michèle apresentou exemplos de medidas de mitigação que podem ser utilizadas na prevenção de fraudes: realizar verificação visual e/ou organoléptica; analisar adulterações específicas, como melamina no leite, realizar testes ao acaso para adulterações potenciais etc.
Aguarde para amanhã a conclusão do post.
Apoio na publicação: Simone Souza
A tabela abaixo mostra os passos propostos para a avaliação de risco de fraude, seguida das respectivas medidas de mitigação.
Michèle apresentou exemplos de medidas de mitigação que podem ser utilizadas na prevenção de fraudes: realizar verificação visual e/ou organoléptica; analisar adulterações específicas, como melamina no leite, realizar testes ao acaso para adulterações potenciais etc.
*Veja post de março de 2013 a respeito da Food Fraud Think Tank.
Apoio na publicação: Simone Souza
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